ATA DA VIGÉSIMA OITAVA
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA
LEGISLATURA, EM 13-12-2012.
Aos treze dias do mês de
dezembro do ano de dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e
vinte e um minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Adeli
Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Dr. Thiago
Duarte, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger,
Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro,
Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Professor Garcia, Sebastião Melo,
Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir
Canal. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos
os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto
Ferronato, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Elias Vidal, Idenir Cecchim, Maria
Celeste e Nelcir Tessaro. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, estiveram
o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 013/12, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 168/12, o Projeto de Lei do Executivo nº 058/12, discutido pela
vereadora Sofia Cavedon e pelo vereador Carlos Todeschini. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, Elias Vidal, Sofia
Cavedon, Alceu Brasinha e Airto Ferronato. Às dezesseis horas e um minuto,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi
apregoada a Emenda nº 01, de autoria do vereador João Antonio Dib, Líder da
Bancada do PP, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 142/09 (Processo nº 3285/09)
e foi aprovado Requerimento de autoria do vereador João Carlos Nedel,
solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões
Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 020/12 (Processo nº 0350/12), após ser discutido pelos
vereadores João Antonio Dib e Mauro Pinheiro e encaminhado à votação pelos
vereadores Bernardino Vendruscolo, Alceu Brasinha, Engenheiro Comassetto e João
Antonio Dib. Foi rejeitada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 020/12, por um voto SIM, quinze votos NÃO e dez ABSTENÇÕES, em
votação nominal solicitada pelo vereador Alceu Brasinha, tendo votado Sim o
vereador Dr. Goulart, votado Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha,
Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, José Freitas, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario
Manfro, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta e Toni Proença e optado pela
Abstenção os vereadores Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Elias Vidal,
Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Sofia
Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Foi aprovada a Emenda nº 02
aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 020/12, por quatorze votos SIM,
cinco votos NÃO e cinco ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador
Alceu Brasinha, tendo votado Sim os vereadores Airto
Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Goulart,
Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Márcio Bins Ely,
Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Sofia Cavedon e Toni Proença,
votado Não os vereadores João Carlos Nedel, Luiz Braz, Mario Manfro, Professor
Garcia e Waldir Canal e optado pela Abstenção os vereadores Alceu Brasinha, Elói
Guimarães, João Antonio Dib, José Freitas e Paulinho Rubem Berta. Foi rejeitado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 020/12, por sete votos SIM, quinze votos NÃO e
três ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador João Antonio Dib,
tendo votado Sim os vereadores Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Engenheiro
Comassetto, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro e Sofia Cavedon,
votado Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Dr.
Thiago Duarte, Elói Guimarães, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José
Freitas, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Zacher, Paulinho Rubem
Berta, Toni Proença e Waldir Canal e optado pela Abstenção os vereadores
Bernardino Vendruscolo, Fernanda Melchionna e Tarciso Flecha Negra. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 106/10
(Processo nº 2454/10), após ser discutido pelo vereador Airto Ferronato. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 019/09 (Processo nº 2909/09), após ser discutido pelo vereador
Elias Vidal. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 140/11 (Processo nº 3051/11), após ser discutido pelo vereador
Paulinho Rubem Berta. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 065/12 (Processo nº 0755/12), após ser discutido pelo
vereador Bernardino Vendruscolo. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 031/12 (Processo nº 0485/12), por dezessete
votos SIM e dois votos NÃO, após ser discutido pelos vereadores Nelcir Tessaro
e João Antonio Dib e encaminhado à votação pelos vereadores Márcio Bins Ely,
Alceu Brasinha e Bernardino Vendruscolo, em votação nominal solicitada pelo
vereador Márcio Bins Ely, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu
Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto,
Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger, Luiz Braz,
Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha
Negra, Toni Proença e Valter Nagelstein e Não os vereadores João Antonio Dib e
Márcio Bins Ely. Após, o vereador Engenheiro Comassetto procedeu à entrega, ao
senhor Presidente, de Requerimento de autoria dos vereadores Airto Ferronato,
Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro e
Sofia Cavedon, solicitando que sejam remetidos à Procuradoria da Casa para
análise e manifestação, com efeito suspensivo da tramitação, processos
encaminhados pelo Executivo Municipal que tratam da criação de cargos. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
154/10 (Processo nº 3228/10), por doze votos SIM, três votos NÃO e três
ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador Toni Proença, tendo
votado Sim os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Engenheiro
Comassetto, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Luiz Braz, Maria Celeste, Nelcir
Tessaro, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença,
votado Não os vereadores Airto Ferronato, Mauro Pinheiro e Valter Nagelstein e
optado pela Abstenção os vereadores João Antonio Dib, José Freitas e Márcio
Bins Ely. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 084/12 (Processo nº
2628/12). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo
nº 164/10 (Processo nº 3389/10), o qual foi retirado da priorização para a
Ordem do Dia da presente Sessão, a Requerimento verbal, aprovado, formulado
pelo vereador Engenheiro Comassetto. Às dezessete horas e trinta e um minutos,
o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em GRANDE EXPEDIENTE,
pronunciaram-se a vereadora Fernanda Melchionna, em tempo cedido pelo vereador
Pedro Ruas, e o vereador Professor Garcia. Durante a Sessão, a vereadora
Fernanda Melchionna e os vereadores Nelcir Tessaro e João Antonio Dib
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezoito horas e cinco minutos, nada mais havendo a
tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para Sessão Extraordinária a ser realizada na
próxima segunda-feira, às nove horas e trinta minutos. Os trabalhos foram presididos pelo vereador
Haroldo de Souza e secretariados pelo vereador Carlos Todeschini. Do que foi
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos
senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Havendo quórum, passamos à
PAUTA
- DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
2ª
SESSÃO
PROC. Nº 2212/12 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 168/12, de autoria do Ver. Moacir Alan Kardec, que institui o Programa de Parcelamento
de Recuperação Fiscal no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC. Nº 2634/12 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 013/12, que
altera os dispositivos de controle da edificação relativa à sede do Clube dos
Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL/POA) no imóvel situado na Rua Buarque
de Macedo nº 120.
PROC. Nº 2644/12 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 058/12, que
dispõe sobre a criação de empregos públicos em comissão no âmbito da Empresa
Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, nós estamos com um
novo Projeto sobre o tema EPTC: criação de empregos públicos em comissão no
âmbito da Empresa Pública de Transporte e Circulação. Eu gostaria de ter acesso
ao processo, mas infelizmente a lógica de criação de CCs está absolutamente
exagerada neste final de ano, Ver. Todeschini. (O processo é encaminhado às
mãos da oradora.) Muito obrigada, nosso Diretor Legislativo. Como nós estamos
em um ritmo muito acelerado, parece-me que, de novo, este Projeto corrige o que
vem sendo corrigido, entre aspas, na Carris e na PROCEMPA, que é a criação dos
CCs, que agora são chamados de empregos públicos de comissão, ou comissionados,
e passam a ser via legislação, e não mais via criação, via conselho da empresa.
Nós sabemos, e vínhamos apontando nesses anos que era abusiva, irresponsável –
hoje, na Carris, está demonstrado – essa criação sem uma discussão mais
pública, sem uma justificativa pública e sem uma apropriação da cidade de Porto
Alegre. Na Carris, a criação foi, poucos anos atrás, de pouco mais de uma
dezena de CCs para, hoje, 57 CCs.
(Aparte antirregimental do Ver. Carlos Todeschini.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: O Ver. Todeschini me diz que havia sete. Em que ano, Ver. Todeschini?
(Aparte antirregimental.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Em 2004. Então, vejam, por mais que o conselho da Carris tenha
representação dos funcionários, nós sabemos que a presença dos funcionários é
minoritária, sabemos que os funcionários não têm o domínio do quadro
financeiro; domínio que tem o gestor. E quando o funcionalismo grita, como
aconteceu agora, com a greve da Carris, é porque transbordou. E não foi um
problema apenas da reivindicação salarial, do prêmio, que seria resultado, foi
e será resultado do cumprimento de metas, inclusive, a que os funcionários se
propõem. E ao que eu assisti lá na Carris foi um amor desses funcionários pela
empresa de transportes, indicando todos os problemas que ela vive, em especial,
o da exacerbação da criação dos CCs.
Então, aqui, a EPTC nos indica que haverá uma
repercussão de R$ 505 mil na criação dos CCs, o que está em debate neste
momento. E nós, eu como funcionária pública, professora do Município de Porto
Alegre, o meu Sindicato – o Simpa –, certamente estará trazendo uma posição
para cá. Mas o conjunto do funcionalismo, principalmente o conjunto da Cidade,
deve se preocupar com o conjunto da criação de cargos, e nós já apontamos que
vinha muito alto. E os próprios documentos do Governo Municipal indicam que
essa criação dos CCs, que nós estamos estimando, Ver. Todeschini, em duzentos e
poucos CCS a mais, só nesse pacote de cargos que estão em avaliação na Casa, e
que segunda-feira nós vamos votar, implica um aumento de comprometimento de
pessoal. Em 2012, o comprometimento de pessoal, segundo o Governo, está em
44,78%, informa a assessoria da Bancada do PT, a quem agradeço. A previsão para
2012 é de 47,69% com o comprometimento de pessoal.
Senhores e senhoras, a previsão para 2013 é de
49,22% com o comprometimento de pessoal, certamente um impacto financeiro de
todas essas medidas e principalmente da criação de CCs. Quarenta e nove chega
muito perto da margem prudencial, e não está nem colocada a luta dos
municipários por reposição salarial.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Vereadores e Vereadoras, nós não
podemos ficar indiferentes nem aceitar esse pacote, esse conjunto de ações e
medidas propostas pelo Governo Municipal, em que pese o Governo eleito ter todo
o direito de montar um governo ou montar as estruturas necessárias para a boa
governança. No entanto não é isso o que está acontecendo. O que está
acontecendo é uma criação vergonhosa, desmedida e descriteriosa de cargos de
confiança para acomodação política dos Partidos que apoiaram a reeleição do
Prefeito Fogaça e dos que estão aderindo agora, como vemos pelas notícias da
imprensa falada, televisionada e escrita.
Vejo aqui um expressivo aumento de gasto na EPTC,
mais R$ 1.647.000,00. Fiz um cálculo, Ver. Ferronato, sobre os nove projetos
que entraram ontem em debate, aqui, na Reunião Conjunta das Comissões, e, nos
nove projetos, os dados indicam que serão criados, a mais, 231 cargos de
confiança, com uma repercussão, se somados às FGs também criadas – que não
contei quantas são, não consegui –, de R$ 30 milhões por ano, muito diferente
daquilo que falou o Ver. Sebastião Melo aqui, que era de apenas R$ 7 milhões, o
que, por si só, já seria um exagero. Ocorre que, no dia 31 de janeiro de 2004,
havia 276 cargos de confiança na Centralizada, saltou para 530 até um período
muito recente, e agora estão propostos, só na Centralizada, mais 231 cargos de
confiança, que são estruturas vinculadas à retribuição política que fizeram aos
Partidos que deram apoio ou que estão aderindo ao Governo.
E vejam só, senhoras e senhores, se você recorrer
ao DEP, vai ter como resposta lá da Zonal: não temos estrutura, não temos
pessoal, não temos equipamento e não temos recursos para fazer o conserto da
obra que está estragada há seis meses, com o esgoto transbordando. Lá no DMAE –
talvez isso seja incompetência mesmo –, o emissário está rompido há três anos,
transbordando diretamente para a represa. A Saúde é o caos que a gente conhece,
não é preciso contar para ninguém, porque todo mundo sabe como ela está. As
piscinas dos Centros Sociais não tinham cloro. E assim vai. Mas a gastança é
desenfreada, descontrolada.
Aí vem o Ver. Sebastião Melo e me diz o seguinte:
“Veja só, Vereador, a PROCEMPA vai diminuir 26 cargos, e isso vai representar
uma diminuição de R$ 5 milhões por ano, veja só”!. Então, não é aquilo que você
dizia: que, tirando e botando, somando e subtraindo, a conta não é R$ 12
milhões, mas vai ser de R$ 7 milhões”, segundo o que ele dizia. Não, Vereador,
são R$ 30 milhões em gasto. E a justificativa que me trazem é de que vai haver
uma diminuição dos cargos na PROCEMPA, na verdade não há diminuição, porque a
PROCEMPA, em 2004, tinha 10 cargos de confiança; quando o Prefeito Fogaça
assumiu, elevou esses cargos para mais de sessenta. Agora
estão dizendo que o lucro é que vão ser reduzidos para 37 cargos...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Haroldo de Souza; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e
senhores que nos assistem, eu venho aqui em nome dos Partidos de oposição me
solidarizar com as famílias das 461 crianças que estavam preparadas para, hoje
à noite, fazer uma grande apresentação no palco do Araújo Vianna, crianças
essas que, na idade entre cinco e dez anos, se prepararam durante meses para
fazer uma apresentação de Natal ou uma apresentação de final de ano e que não
vão mais poder fazê-la por um erro de gestão. Esqueceram de colocar, no
Orçamento, R$ 13.600,00.
Prezado Ver. João
Antonio Dib, nós não podemos ficar satisfeitos com esta situação, porque, neste
momento, estamos discutindo e está vindo aqui para esta Casa para ser aprovado
em Projeto de Lei o aumento de mais de R$ 8 milhões com CCs na Prefeitura, e,
por um erro administrativo, por R$ 13.600,00, da Secretaria da Educação... A
nossa Prezada Secretária Cleci deveria olhar para este tema, pois existe uma
Secretaria de Governança que se gaba muito por conseguir relações com a
sociedade para manter atividades.
Prezado Ver. Kevin,
V. Exa. que foi Secretário de Direitos Humanos, da área social da Prefeitura,
sabe que é uma emoção fantástica quando as nossas filhas e os nossos filhos –
eu tenho três crianças: uma de três anos e meio, outra de seis anos e meio e
outra de onze anos –, quando as crianças e suas famílias se preparam para uma
apresentação pública de uma determinada escola.
Chegar no dia ou num dia anterior e dizer para essas 461 crianças que não
haverá mais a apresentação, porque na Secretaria esqueceram de alocar R$
13.600,00 e simplesmente deixar essa expectativa, essa emoção, essa construção
para depois, é um equívoco!
Eu falo aqui em nome dos nossos Partidos de
oposição, porque creio que a Secretária Cleci deveria, imediatamente, chamar o
centro do Governo e dizer que R$ 13.600,00 é muito menos do que os R$ 8 milhões
que estão propondo para aumentar cargos de confiança; é muito menos do que um
conjunto de recursos gastos na SMOV, que nós não sabemos onde foram aplicados;
é muito menos, Ver. Pedro Ruas, do que os R$ 11 milhões que foram desviados do
Instituto Sollus. E justamente no Araújo Vianna, onde uma cerca fechou parte do
Parque sem autorização do Legislativo, porque, para cercar um parque ou cercar
parte de um parque, precisa de lei, e não há lei, portanto aquele também foi um
ato ilegal. O mesmo Araújo Vianna, que foi entregue para a Opus Promoções e
que, depois de sete anos e oito meses, às vésperas das eleições, foi novamente
reaberto. Esteve sete anos e oito meses fechado na primeira gestão do Fogaça e
na gestão Fortunati e Fogaça, também. Será que a Opus não teria condições,
nesse convênio que foi firmado, de bancar esses R$ 13.600,00 para que essas
crianças pudessem fazer a sua apresentação? Portanto, este não é só um tema de
má gestão: é um tema de cidadania, é um tema de harmonia das relações. E falo
aqui para que o Líder do Governo entre em contato, sim, com o Prefeito, para
que, imediatamente, providencie para que essa apresentação seja feita para
essas 461 crianças viverem o seu momento de criança e de Cidade.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Elias
Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELIAS VIDAL: Ver. Haroldo de
Souza, na presidência dos trabalhos, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, público que se encontra nesta Casa Legislativa, que nos assiste
pela televisão; venho a esta tribuna, Ver. Tessaro, deixar aqui o nosso
registro, uma vez que o nosso mandato está chegando ao fim. Quero dizer que
está sendo – ainda estou no presente e não posso dizer que foi, temos muita
coisa nesses poucos dias pela frente – uma honra muito grande servir e estar
servindo Porto Alegre. Mas, para o bem da democracia, para o bem de uma cidade,
de um país, de uma nação e de um estado, a democracia é fundamental e tem que
dar o direito de igualdade, senão vira uma ditadura. Os Partidos e os
candidatos quando entram em uma disputa eleitoral se deparam, muitas vezes, com
alguém aparelhado, com alguns candidatos ou candidatos de alguns Partidos, de
uma forma desleal, desonesta, extremamente aparelhados com o Estado, com o
Poder Público na sustentação e manutenção de uma campanha, muitas vezes, 100%
desleal, Ver. Mauro Pinheiro.
Nessa última eleição, o Partido Verde apresentou
uma proposta que está no seu DNA, uma campanha 100% sustentável, uma campanha
sem muros pintados, embora isso fosse legal, sem cavaletes, sem boca de urna, o
que é ilegal, no entanto tinha muita boca de urna espalhada pela Cidade, havia
muito material espalhado nas bocas de urna. Enfim, uma série de coisas que a
lei não permite e, no entanto, quando se foi para os bairros, para as vilas, se
tornou insustentável por parte daqueles candidatos, daqueles Partidos que
estavam fazendo uma campanha séria, porque a periferia, os bairros, as vilas
estavam completamente compradas, e era muito difícil furar esse bloqueio.
Pois bem, aqueles candidatos que fazem parte do
Governo, Ver. Dib, a Cidade viu que foram os mais votados. Eu quero me deter
num candidato, o Casartelli, da Secretaria da Saúde, que esteve ontem aqui
neste plenário, e outros, mas vou me deter nesse, que fez uma campanha
extremamente desleal para com todo o processo democrático nesta Capital, nesta
Cidade. Tudo com o apoio – como se não bastasse –, de numa Secretaria que cuida
de saúde, e saúde tem a ver com vida! É ainda pior que as outras Secretarias
que não são leais, não são corretas, pois esta trata com a dor, com o
sofrimento, com a morte, com o óbito, com o caixão, com funeral, com a perda de
um ente querido. Eu não entendo, e a Cidade também não se cala quanto a isso:
como um candidato, que está à frente de uma Secretaria, recebe ajuda de uma
empresa? Não entendo! Só de se ouvir falar que alguém pegou carona em um avião,
já se diz que algo ruim aconteceu; mas aqui em Porto Alegre nada acontece, nada
acontece! O Casartelli recebeu da Laborsys Sistemas Diagnósticos Comércio Ltda.
valores de R$ 5 mil, R$ 3 mil, R$ 12 mil, recebeu R$ 20 mil, Ver. Pedro Ruas!
Empresa que tem uma fortuna no intercâmbio com a Prefeitura, com a Secretaria
da Saúde...
(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras. Obrigada, Ver.
Haroldo, o Ver. Elias depois continua esse importante pronunciamento. Ver.
Elias Vidal, quero parabenizá-lo, porque, de fato, nós temos visto dois pesos e
duas medidas, as opções que, lamentavelmente, inclusive o Jurídico e parte do
Ministério Público têm feito.
Eu quero falar de outros dois pesos e duas medidas,
continuando o assunto que o Ver. Engenheiro Comassetto trouxe – sobre o qual há
uma indignação de toda a oposição desta Casa, e, quiçá, dos Vereadores de
situação: aprovaram rapidamente e tornaram viável R$ 1,7 milhão para
publicidade – o Governo Fortunati aprovou nesta semana –, enquanto a Secretária
Cleci não tem e não pôde colocar R$ 13 mil para as crianças se apresentarem em
culminância ao trabalho realizado durante o ano. É preciso uma explicação, Ver.
Dib – e não vai resolver, porque V. Exa. não tem esse tipo de prioridade. Qual
é a explicação que o Governo dá para aprovar agora, na última semana, R$ 1,7
milhão, e não realizar R$ 13 mil para esse evento pelo que as crianças e os
professores trabalharam o ano inteiro? Há uma expectativa, nós sabemos o que
significa o fechamento de um ano de aprendizagem, e esse momento em que a
criança vai para o palco, a construção da autonomia, da segurança, da
autoestima; o impulso, o estímulo para a continuidade dos estudos, pelo amor à
escola, para segurança afetiva e de construção de conhecimento – isso não foi
possível!
Vamos falar aqui de dois pesos e duas medidas: R$
1,7 milhão além dos R$ 15 mil usados em publicidade. A Secretária Cleci diz que
procurou a parceria, mas a Opus – que está com a bilheteria do Auditório Araújo
Vianna – disse não ter R$ 13 mil para garantir às crianças aquele espaço. Será
que não é possível, Ver. Engenheiro Comassetto, a Opus, diante do lucro que tem
com o Auditório Araújo Vianna, financiar o espetáculo das crianças? Primeiro, o
Governo não pode, porque tem que gastar mais R$ 1,7 milhão em propaganda, mas
R$ 13 mil para as crianças não haverá! Segundo: há toda uma benevolência com as
empresas privadas que utilizam espaços públicos,
promovendo a sua mercadoria, auferindo lucros e delas não se cobra
contrapartida nenhuma! A OAS foi isentada, pelo Prefeito Municipal, de toda a
intervenção viária que tinha que fazer ao redor da Arena do Grêmio! E agora a
Opus não pode sequer levar as crianças, que choram na capa dos jornais, por
estarem frustradas sem a sua apresentação.
Eu pergunto à douta
Procuradoria da Casa se é possível um impacto financeiro promovido no segundo
semestre, na saída do Prefeito Municipal, se a Lei de Responsabilidade Fiscal
permite a criação de duzentos e tantos novos CCs, mais FGs, mais verbas de
representação? Se é possível um Prefeito, na sua saída, realizar esse gasto a
mais? Essa é uma questão jurídico-legal. Mas a questão política é: qual a opção
que faz o Prefeito, e como o Ver. Dib vai se relacionar com os municipários no
início do ano que vem, quando o Governo faz uma opção política de aumentar o
gasto com pessoal em quase 50%, criando CCs e gratificações? Os servidores do
nível 3 e 2 vêm pedindo plano de carreira e dignidade, já que nem o mínimo
recebem há muitos meses!
Escreva-se nas atas
desta Casa que estamos advertindo e votando contra.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, realmente eu tenho admiração pelo Vereador que
sobe à tribuna e fala palavras sérias, como o Ver. Pedro Ruas, um dos que tenho
mais respeito nesta Casa, porque é uma pessoa sensata, e quando faz uma
denúncia, tem fundamento.
O PT começou um
tiroteio, desde o início da semana, Ver. Pedro Ruas – que horror! A Ver.ª Sofia
é uma verdadeira apaixonada pela OAS! Cada vez que sobe à tribuna, tem que
falar na OAS! Eu acho que a senhora gosta, porque sempre atira pedra neles! Eu
não sei por que tem raiva de uma empresa que está cumprindo religiosamente em dia as
suas compensações, com o que foi negociado nesta Cidade! Aí vem a Ver.ª Sofia
com as suas denúncias, discursando, enfim. Tenho o maior respeito pela senhora,
Ver.ª Sofia, mas eu acho que a senhora tem que parar de atirar pedra num
Prefeito que teve 65,22% de votos. Vocês são apaixonados por ele porque vocês o
perderam! Vocês não deram a ele a oportunidade de ser Prefeito desta Cidade. E
o povo deu a oportunidade. Então, vocês têm que parar de falar do homem que foi
tão bem votado nesta Cidade, o homem que tem tudo para governar, que está
fazendo as mudanças certas, porque tem coragem. Não é como naqueles 16 anos em
que ficou quebrada Porto Alegre. Ficou quebrada. Estava literalmente quebrada,
não tinha nem talão de cheques! Se não fosse o Fogaça colocar em dia, Dib, esta
Cidade, eu duvido que vocês iriam estar brigando para voltar. Não voltavam. Não
voltavam!
Ver. Todeschini, eu tenho respeito pelo senhor e
gosto muito do senhor, porque o senhor trabalhou muito no DMAE e asfaltou
bastante. Asfaltou! Eu acho que o DMAE é para água, não para asfalto, não é?
Querido João Bosco Vaz, eu costumo dizer que Porto
Alegre era cheia de buracos participativos. Tinha buracos para todos os lados
nesta Cidade. E aí a gente vê essas denúncias, denúncias e denúncias, um atira
para um lado, outro atira para outro e outro atira para outro. Então, eu quero
dizer a vocês pararem de ser apaixonados pelo Fortunati. Vocês estão
apaixonados por ele porque não deram a ele a oportunidade de ser Prefeito desta
Cidade, não o deixaram concorrer aquela vez.
Ele veio, concorreu e agora mostrou. Colocou todo
mundo no bolso e ganhou, com 65,22% dos votos. Esse é um número bonito porque
65 era o número da maior adversária dele, que não decolou. Então, o que nós
temos que ter? Respeito por esse Prefeito! Respeito por esse Prefeito que tem
nos ajudado muito e ajudado a Cidade. E tenho certeza absoluta de que o
Prefeito Fortunati não concorda com qualquer coisa errada que qualquer
secretário faça nesta Cidade. Ele sempre vai estar cobrando dos seus
secretários.
Então, quero agradecer ao meu Partido, o PTB, por
ter me proporcionado de eu vir aqui fazer este depoimento, pois há dias eu não
venho à tribuna. Mas como estou vendo ataques de todos os lados, é do
Todeschini, é do Comassetto, é da Sofia – apaixonada pela OAS... Então,
senhores, comecem a cuidar, cada um, da sua vida e deixem para os outros fazer
o que é melhor – não é, Prefeito Dib? O senhor sabe melhor que qualquer um
nesta Cidade, pois o senhor conhece esta Cidade, ajudou a fazer tudo o que teve
direito nesta Cidade. Agora vem me dizer que eles eram os melhores! Não eram.
Ontem, chegou a ponto de um dizer que o problema era o Britto, o problema era o
Rigotto, mas deixaram o problema do Governador, que era o Olívio, no meio
deles. Aí não aconteceu nada. Quando era o Olívio, a Segurança era um caos na
Cidade, não tinha dinheiro nem para pagar a gasolina, Ver. Dib! Uma vez
assaltaram a minha loja, pararam duas viaturas lá dentro, terminou a gasolina e
eu tive que dar gasolina para saírem de dentro da minha loja. Este era o
Governo. Hoje, eu concordo que o Tarso está fazendo um bom Governo. Muito
obrigado.
(Som cortado automaticamente
por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de
Souza): O Ver. Airto Ferronato está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro Presidente Haroldo, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, exagerada a manifestação do Ver. Brasinha, com todo respeito, e ele
também esquece que nós, na passagem da Prefeitura, Ver. Todeschini, deixamos a
nossa marca. Eu tenho pena do proprietário daquele barquinho que andava ali na
Av. Goethe. Nós deixamos para Porto Alegre projetos executados agora lá no DEP.
Se nós não tivéssemos tido aqueles projetos, o PAC em Porto Alegre seria abaixo
de zero – temos de registrar.
Mas a minha manifestação hoje é noutro sentido: o
Pré-Sal. Desde janeiro de 2009 – lá se vão quatro anos, meu estimado Ver. Elias
Vidal – estamos na discussão dos royalties.
Eu insisto em dizer que os Vereadores deste País não se manifestaram sobre esse
tema da maior importância para os Municípios brasileiros. Fui o primeiro
Parlamentar brasileiro que disse em janeiro de 2009: o Pré-Sal é nosso. O
petróleo do Pré-Sal é de toda Nação brasileira, não é de apenas três Estados.
Agora estamos analisando, em Brasília, se derrubamos o veto ou não. A questão
está calcada em cima da história da humanidade: aqueles países que tiveram a
sabedoria, os seus comandantes, de distribuir para toda a Nação os recursos da
natureza do País hoje estão bem avançados, e a História mostra que aqueles
países em que, por exemplo, o petróleo ficou com um ou dois reis estão muito
mal.
O petróleo do Pré-Sal – repito, do Pré-Sal – é de
propriedade de toda a Nação brasileira. Não é possível compreender que o Brasil
tenha descoberto o petróleo a 200
metros da costa brasileira e que pertença ao Estado do Rio de Janeiro, por
exemplo; não é só do Rio de Janeiro, é de São Paulo, etc. Nós defendemos a tese
de que é preciso um movimento nacional, venho conversando isso desde 1º de
janeiro de 2009. O petróleo do Pré-Sal é propriedade de toda a Nação
brasileira, é do povo brasileiro. Se é do povo brasileiro, os royalties
precisam ser distribuídos a
todos os Estados e Municípios do País! Houve uma pequena misturada; houve, na
minha modesta opinião, uma misturada, quando se pegaram todos os royalties e se pretendeu distribuí-los.
É talvez um caminho correto; agora, o mais correto de todos os caminhos é que o
petróleo do Pré-Sal é da Nação brasileira, de todos os Estados e Municípios.
Para isso, os contratos feitos antes dessa discutida lei que temos hoje, todos
os contratos, a partir do momento em que se começou a explorar o Pré-Sal, os
recursos desses contratos recursos precisam ser distribuídos a todo o País.
Como São Paulo, Rio e Espírito Santo são os proprietários de poços de
petróleo, são os donos de jazida a 200 quilômetros da costa, a seis, sete mil
metros de profundidade, é impossível. Essa é a nossa tese, e eu continuo com
ela. Um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE ( Haroldo de Souza – às 16h1min): Havendo quórum, passamos à
Apregoo a Emenda nº
01 ao PLL nº 142/09, de autoria do Ver. João Carlos Nedel.
Em votação a dispensa do envio da Emenda nº 01 ao PLL 142/09 à apreciação das
Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0350/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 020/12, de autoria do
Ver. Mauro Pinheiro, que
permite a circulação de táxis nos corredores exclusivos para ônibus, no
Município de Porto Alegre, nos dias úteis, das 7h (sete horas) às 8h (oito
horas), bem como das 18h (dezoito horas) às 19h30min (dezenove horas e trinta
minutos), nas condições que estabelece, e dá outras providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice
de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela rejeição do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 03-12-12.
O
SR. PRESIDENTE ( Haroldo de Souza): Em discussão o
PLL nº 020/12. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLL nº 020/12.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, meus
senhores e minhas senhoras, eu vou deixar de lado algumas considerações. Eu vou
deixar de lado que em 1977, quando foram concluídos os estudos dos corredores
de transporte, eu era o Secretário de Transporte da Administração Villela. Eu
também vou deixar de lado que, em 1979, quando foi entregue o primeiro corredor
da Farrapos, eu também era o Secretário de Obras por uma coincidência, como
também o corredor da Assis Brasil e os outros dois corredores, já bastante
adiantados. Vou deixar de lado... Vou deixar de lado o estudo que a EPTC fez:
em 73 experiências, uma vez só o corredor levou vantagens; nas outras 72 vezes,
perdeu. Eu vou ficar apenas com o Projeto do Ver. Mauro Pinheiro.
Bom, ele diz que os corredores serão utilizados das
7h às 8h da manhã – e já o horário não me parece o melhor, mas, em todo o caso,
é o que ele quer – e das 18h às 19h30min – este horário seria razoável. E ele
diz assim, no parágrafo único (Lê.): “São condições para que o táxi usufrua a
permissão estabelecida no caput deste artigo: I – estar transportando,
pelo menos, 1 (um) passageiro [é lógico, tem lógica, até porque ele não pode
parar no corredor para apanhar um passageiro, ele não pode parar no corredor
também para desembarcar o passageiro em vários lugares]; II – não possuir o
veículo película de escurecimento nos vidros [bom, aí vai ser uma complicação
danada, porque quase todos os veículos de Porto Alegre, não somente táxi, têm a
película para diminuir o impacto do sol, então já vai ter um problema]; IV –
não parar ou diminuir a velocidade do veículo para verificar número e endereço
de destino [já vai haver outro problema, porque aí vem um ônibus e atropela o
táxi: está ele diminuindo a velocidade para enxergar o número do prédio, e, de
repente, não pode descer o passageiro onde quer, mas ele é que está botando
dificuldade para o que ele quer.]. Art.
2º A não observância do disposto no art. 1º desta Lei acarretará
multa ao taxista infrator”. Mas não diz qual é a multa. E, depois, ele tem um
último artigo aqui que diz que não pode usar o corredor do BRT. Bom, então, nós
não podemos mais fazer, porque o corredor da Av. Protásio Alves já está em
andamento, da Av. Bento Gonçalves já está em andamento, seria melhor não fazer
o projeto de lei, porque não vai chegar a nada. Então, eu deixo todas as
considerações técnicas pelo que ele diz: “com o funcionamento do BRT, não tem
mais utilização, fica proibido”.
Então, acho que o Projeto dele já está, por ele
mesmo, anulado. E eu acho que deve ser rejeitado, sem nenhuma dúvida. Saúde e
PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
discutir o PLL nº 020/12.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; demais Vereadoras, Vereadores,
público que nos assiste nas galerias e pelo Canal 16; Ver. João Antonio Dib,
Líder do Governo, com toda estima que lhe tenho, o senhor já fez debates
melhores. Dizer de forma tão simplista que o Projeto já está morto porque tem
uma Emenda que fala dos BRTs na Protásio e na Bento Gonçalves não traduz todos
os corredores que temos na nossa Cidade, até porque temos o corredor da Av.
Sertório, o da 3ª Perimetral... Quanto à questão da segurança de que o senhor
fala, do transporte, de que o táxi vai entrar e vai sair, que aí dificulta, eu
lhe pergunto, então, como fica na Sertório em vários momentos, em horários de
pico, em que os próprios agentes da EPTC estão lá mandando os carros
particulares, carros que estão com uma, duas pessoas que estão se deslocando
pela Sertório, utilizar o corredor da Sertório porque há um grande
congestionamento naquela via e o corredor, se o senhor olha para o lado,
Vereador, está vazio. E, muitas vezes, o próprio agente da EPTC está mandando
usar o corredor. Em outros tempos, passa-se lá, o agente não está mandando
entrar e as pessoas, como estão acostumadas a entrar, entram, e aí o agente
está lá multando.
Então, não tem coerência, a EPTC não tem uma
coerência: uma hora pode, outra hora não pode. Como o cidadão sabe se pode ou
se não pode? E aí eu pergunto ao senhor: para o motorista de táxi, que é um
motorista experiente, passa 12, 14, ou 15 horas dirigindo, é perigoso entrar e
sair no corredor; agora, no caso daquele cidadão que tirou a carteira há seis
meses, há um ano, que vai lá e a EPTC manda entrar e sair do corredor, não tem
perigo? Isso é incoerente, Ver. Antonio Dib! E até porque os corredores de
ônibus já são usados em outras capitais. Em São Paulo, por exemplo, uma metrópole
que tem um tráfego muito mais pesado que Porto Alegre, os corredores são
utilizados pelos táxis, e não em horários restritos, como no meu Projeto. É em
tempo integral, Ver. Tessaro, e os táxis usam. Eu tive essa experiência. Peguei
um táxi em São Paulo, ele entra no corredor, sai do corredor, ganha agilidade.
E ajuda no trânsito, que é um caos na cidade de Porto Alegre.
Um outro motivo, Ver. Dib, o senhor que é Líder do
Governo, é que nós temos visto na imprensa, diariamente, a própria EPTC falando
que faltam táxis em Porto Alegre. Faltam táxis, principalmente nos horários de
movimento. Será que estão faltando táxis, ou os táxis estão presos nos
congestionamentos? Será que, se nós liberarmos para que o táxi com passageiro
utilize o corredor, ganhe agilidade, possa chegar no seu destino mais
rapidamente, largando aquele passageiro, ele não poderá atender um outro
passageiro que está lá parado esperando?
Então, é muito fácil e muito simples pegar o
microfone e dizer “este Projeto não dá por isso ou por aquilo”. Foi feito um
estudo pela EPTC? Foi. Mas esse estudo teve um motorista de táxi junto? Este
Vereador colocou-se à disposição para participar de um estudo, para irmos a
campo, juntos, verificar a situação. Estou aguardando pela EPTC, mas, até
agora, ela não quis fazer esse estudo. Fez um estudo sozinha, só com os
agentes. Por que não convidaram os motoristas de táxi para acompanhar esse
estudo? Por que não fizeram esse teste? Até porque nós não estamos dizendo que
um táxi vai entrar no corredor e vai andar atrás do ônibus. Claro que, se o
táxi entrar atrás, no corredor, e ficar andando atrás do ônibus, não vai ter
vantagem alguma.
Nós estamos dizendo que, em determinados momentos,
em determinados horários, o táxi com passageiro, quando houver um engarrafamento,
vai entrar no corredor, vai utilizar esse corredor, vai passar pelo
congestionamento e vai voltar para a sua pista, Ver. Brasinha, e aí, sim, vai
sair do congestionamento, vai ganhar agilidade e, com isso, o senhor que está
em casa, que está nos assistindo, que está acostumado a andar com o seu carro
particular vai dizer: “Olha, mas é muito mais ágil eu pegar um táxi do que ir
com meu carro, pois o táxi utiliza o corredor, é mais rápido”. Então, vai
incentivar as pessoas a deixarem o seu carro em casa, Ver. João Antonio Dib. Ou
ele vai pegar um lotação, um ônibus, vai andar um itinerário, depois desce,
pega o táxi, juntando esses modais, com isso diminuindo o número de carros. Não
que, só porque o táxi vai sair, vá diminuir o número de carros. Vai incentivar
a deixar os seus carros em casa. São Paulo já faz assim, Blumenau, Recife e
outras cidades já têm essa alternativa. Porto Alegre ainda não, por que não
fazer um teste?
O nosso projeto, Ver. João Antonio Dib, fala em
três meses. Na verdade, é um estudo em que, durante três meses, esse modal vai
ser utilizado dessa forma, com várias restrições que estamos fazendo, previstas
no projeto. Durante três meses, o táxi vai ser utilizado dessa forma: vai
utilizar os corredores, a EPTC vai poder observar, e, depois de três meses, nós
vamos discutir se houve alguma melhora no trânsito, se melhorou para a Cidade,
se houve algum problema. Se houve, suspendemos; se não houve e melhorou a
agilidade na cidade de Porto Alegre, continuamos. E, se for preciso fazer alguma
modificação no texto através de emendas, estamos dispostos a discutir, não só
com a EPTC, como com os motoristas de táxi, e a buscar o melhor para a nossa
Cidade. É isso que esse projeto traz à discussão nesta Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Não há quem queria discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 020/12.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, acho que nós não podemos nos furtar de discutir
Porto Alegre. Esta tribuna presta-se exatamente para isso, ainda que muitas
discussões aqui extrapolem e muitas vezes permanecem lá por Brasília, e nós
acabamos esquecendo de discutir Porto Alegre. Eu quero, Vereador proponente,
Mauro Pinheiro, dizer a V. Exa. que eu também tenho dúvidas sobre se a sua
proposição é a melhor que nós temos. Agora, o problema nós temos realmente na
Cidade. E lembro que, em 2006, eu vinha seguidamente a esta tribuna falar do
fechamento do entroncamento da Av. Protásio Alves com a Rua Ramiro Barcelos.
Aí, os representantes da EPTC, Sr. Celso Pitol, me diziam “não, não pode, é
impossível, vai acontecer de...”. Enfim, as desculpas eram todas! Passados
alguns anos, nós conseguimos; depois de muita conversa, está ali, graças a
Deus, ajudando a desafogar o trânsito daquela região.
Sobre a Av. Sertório, aquele malfadado corredor de
ônibus da Sertório, não tem obra mais malfeita em Porto Alegre, e ela está lá,
e não se conseguiu até hoje resolver. Não são todos os ônibus da Sertório que
usam o corredor de ônibus, e isso é o mais lastimável. Alguns ônibus usam o
corredor, outros usam as pistas normais para os automóveis particulares, essa é
a verdade.
E aí? O problema existe. Por isso, Ver. Mauro
Pinheiro, ontem nós debatíamos aqui aquela proposta, com a qual eu insisto,
pela qual nós mudemos o nosso Regimento para termos uma indicação qualificada,
com debates antes de ir para o Executivo. O seu Projeto poderia ser uma
indicação, não teria dado todo o trabalho que deu a esta Casa e atenderia à sua
expectativa, à nossa expectativa, porque precisamos discutir os assuntos de
Porto Alegre, sim.
Agora, eu atendo ao pedido do representante da
EPTC, o Sr. Celso Pitol, que aqui está. Espero que ele venha todo santo dia
para me ajudar, porque eu não aguento mais os meus vizinhos me pedindo que eu
retire um lotação da frente da minha casa e coloque ali na Oscar Schneider ou
na Cel. Neves. Então, toda a vez que vejo o Sr. Pitol aqui, eu me sinto seguro,
porque, ultimamente, tenho andado muito abandonado. Por isso que preciso fazer
este registro.
Ver. Mauro Pinheiro, quero cumprimentá-lo por
trazer este assunto. Não há dúvida de que a Cidade, neste momento, está dividida,
uns apoiando, outros nem tanto. Eu, por exemplo, tenho uma certa restrição e
vou dizer qual é: em que momento o taxista, o usuário dos corredores, sairia
dos corredores? Esse é o momento crítico e que poderá causar acidentes. É nesse
momento, não é no momento em que entra no corredor, é no momento de sair do
corredor, porque o táxi transporta pessoas, passageiros, que, daqui a pouco,
dizem: eu quero parar, meu amigo, a 200 metros ali na frente. E o que ele faz?
Ele vai ter que atravessar para a esquerda ou para a direita, com certeza, mais
para a direita, na frente dos demais automóveis. Então, nós temos essa
dificuldade? Claro que temos! Agora, precisamos, sim, discutir, porque é na
discussão que nós vamos aprimorando. E o Poder Público Executivo e as
Secretarias têm que aprender a ouvir este Plenário, porque aqui nós temos a
representação de toda a sociedade. E nós, Vereadores, é que estamos no dia a
dia ouvindo, não só os nossos eleitores, mas todas as pessoas de um modo geral
que trazem as suas angústias, as suas necessidades. Nós não podemos nos furtar
de debater os assuntos de cidade de Porto Alegre.
Sobre aquele debate de ontem, que tratou do nosso
Regimento, nós precisamos aprimorar, deixar o nosso trabalho mais célere, mais
dinâmico. Nós atenderíamos, com certeza, os seus objetivos, os objetivos dessa
parte que concorda com a sua proposta. Eu estou dividido, vejam só: menos
trabalho e mais dinâmico. Então, Vereadores, eu tenho dúvida e gostaria que nós
pudéssemos debater mais aqui, Ver. Nedel. A verdade não pode ser negada: o
problema na Cidade existe, sim. É uma quantidade de sinaleiras; não tem limite,
criam-se, constroem-se vias que teoricamente seriam de acesso rápido e ficam
cheias de sinaleira. Os pedestres não respeitam as faixas de segurança. Não são
só os motoristas, a grande maioria dos pedestres atravessa onde bem entende.
Quer dizer, nós temos todo um trabalho a ser feito. Eu acho que, quando
constroem essas avenidas, têm que fazer de maneira a que não permitam que as
pessoas atravessem onde elas bem entendam. Agora, há um excesso de sinaleiras.
Há o problema na Cidade. Eu vou dizer-lhe, Vereador, que permaneço em dúvida.
Eu gostaria de ouvir mais colegas sobre a sua proposta. Mas parabéns por trazer
esse assunto tão importante para a cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 020/12.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente; Srs. Vereadores; Ver. Mauro Pinheiro; eu também tive
essa ideia que V. Exa. teve. No final de 2005 eu apresentei um Projeto
parecido, só que o meu incluía os lotações na circulação. Quando começou o
debate, o Dib foi uma pessoa que me mostrou onde estava o problema. Eu também
falei que ia para São Paulo, em vários lugares, e assistia aos táxis nos
corredores. Quando eu tive uma reunião na faculdade, os alunos também me
questionaram, e eu resolvi retirar o Projeto. Claro que eu admiro o seu
Projeto, eu defendo muito os taxistas, eles têm o seu trabalho, passam
necessidades e ganham pouco. Há os taxistas que questionam, que acham que não
devem permitir a circulação dos táxis nos corredores; e há os que acham que
devem permitir.
Então, eu venho a esta tribuna mais para colaborar
com o senhor, porque eu acho que o debate é importante, mas também pensando no
que o Bernardino falou: se o cidadão está andando, por exemplo, no corredor da
Av. Assis Brasil, uma avenida muito congestionada, e de repente resolve pedir
para sair? É um problema para o táxi sair do corredor, porque há lugares na Av.
Assis Brasil que só têm duas pistas.
Como o senhor falou lá em 2006, Ver. Dib, a nossa
cultura aqui, na realidade, é diferente. Não tinha essa permissão de o lotação
andar no corredor. Eu fui convencido pelo Ver. Dib e retirei o Projeto. Na
época o Secretário era o Senna, que falava muito e não fazia nada, era um
horror, mas tudo bem. Eu fui convencido e retirei o Projeto, porque muitos
taxistas me procuraram e pediram para eu retirar. Agora, vem essa proposta de
Vossa Excelência. Eu acho que podíamos debater melhor, Ver. Todeschini; quem
sabe os usuários também possam sair ganhando. Obrigado, senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 020/12.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, meus colegas Vereadores e
Vereadoras, senhoras e senhores, no momento há muitos problemas graves em Porto
Alegre. Um dos três problemas mais graves da Cidade chama-se falta de
mobilidade urbana. E aí nós perguntamos: quais as propostas que foram feitas
para enfrentar esse tema na cidade de Porto Alegre? Ainda no tempo do
Secretário Senna, que só falava e nada fazia, ele anunciou diversas vezes a
criação da “onda verde” na Cidade – até hoje isso não foi instalado. É correto
que tem havido um aumento significativo na frota de veículos; é correto que
temos que priorizar o transporte público; é correto que, na priorização do
transporte público, haja uma hierarquia: primeiro os ônibus, depois os lotações
e depois os táxis.
O Ver. Mauro Pinheiro propõe neste momento que se
abra uma porta para analisar a possibilidade de utilizar os corredores de
ônibus para um dos sistemas de transporte público, que é o táxi. Inclusive a
proposta do Ver. Mauro Pinheiro não é indiscriminada: primeiro, ele propõe
alguns horários; segundo, propõe alguns corredores; e terceiro, propõe por um
período determinado de três meses para que a EPTC, os taxistas e a sociedade
possam fazer uma análise se vai dar certo ou não. Portanto, é uma medida que
vem carregada da possibilidade de estudarmos, de termos a inteligência da
engenharia de tráfego, testando-a na prática. Há que se fazer algumas
adequações? É óbvio que sim! Tem que desencadear uma campanha de educação no
trânsito para que os pedestres fiquem alerta, porque, além dos ônibus, haverá
outros veículos circulando nos corredores? É claro que sim, mas não podemos ter
medo de desafiar esse problema, que é um dos principais problemas da cidade de
Porto Alegre. A intenção do Projeto é o que vale aqui neste momento. O que
temos que dizer como legisladores da cidade de Porto Alegre – oposição e
situação –, é que é verdade, um dos principais problemas que temos na cidade de
Porto Alegre é o da mobilidade urbana. Dentro da mobilidade urbana, nós
defendemos, sim, que a prioridade seja o transporte público, e, na categoria
dos veículos para transporte público, o terceiro é o táxi. Então, já adequar a
possibilidade de os táxis se locomoverem mais rápidos e com isso inclusive
abrirem-se mais espaços nas vias congestionadas, também faz parte de uma
proposta estratégica. Então, esta proposta é uma proposta trazida para a Casa
para que possamos fazer com que se inove no pensar a Cidade, que se estudem
possibilidades, que se verifiquem adequações e, principalmente, que se criem
alternativas para a cidade de Porto Alegre. É uma decisão política? É uma
decisão política. Ela carece ainda de análise técnica? Carece de análise
técnica. Ela pode ser inviabilizada por essa carência? Claro que não, tanto que
a cautela que teve o meu colega Ver. Mauro Pinheiro foi dizer que essa proposta
não é uma proposta definitiva, é uma proposta experimental. Em três meses nós
poderemos voltar a fazer uma análise, e a EPTC poderá inclusive trazer, na
prática desse tema, qual foi o resultado: se ele é positivo ou negativo. Não
tenho dúvida nenhuma de que neste momento, para o Legislativo de Porto Alegre e
para toda a Cidade, a possibilidade de estudar este tema é uma medida política
positiva.
Portanto, convido todos os colegas Vereadores: não
tenham medo do desafio, votem a favor do Projeto do meu colega Ver. Mauro
Pinheiro.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 020/12.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, o Ver. Bernardino
Vendruscolo, com muita lucidez, deixou muito clara a dificuldade da manobra do
motorista de táxi, quando da impossibilidade de o passageiro em descer no
corredor – e seria absurdo descer no corredor –, que precisa fazer uma mudança
brusca para a direita para deixar o passageiro no passeio. O Vereador, sem ser
técnico em transporte ou trânsito, como usuário, ficou em dúvida quanto ao
problema e o colocou. Assim também se manifestou a EPTC em um estudo, que diz:
em primeiro lugar, nas conclusões, não existe ganho no tempo de viagem de quem
utiliza o corredor – e a EPTC somente afirmou isso depois das pretensões dos
Vereadores Comassetto e Mauro Pinheiro, quando da apresentação deste Projeto.
Quando o Ver. Mauro Pinheiro propôs, a EPTC, diligentemente, foi ver, pensando
que talvez pudesse ser uma coisa boa, mas concluiu que não era, que não trazia
nenhuma solução. E mais – também como foi colocado pelo Ver. Bernardino: há
aumento no risco aos pedestres, principal ente a ser protegido no trânsito.
Mais uma coisa: nós
sabemos que, no nosso trânsito, nós não temos motoristas os mais disciplinados,
e, quando um motorista qualquer olhar que o táxi entrou para a esquerda para
pegar o corredor, ele pode achar que também pode fazer o mesmo. Então, aquela
pista vai ser também utilizada por outras pessoas, porque não tem nada dizendo
para aquele motorista eventual, que sai uma vez por semana, que veio de fora,
que ele não pode fazer o mesmo, e, já que o táxi foi indo, ele vai atrás.
Então, eu acho que a intenção em querer resolver o problema é boa, mas não é a
solução para o problema, e, se a
intenção não dá a solução, melhor não usar.
Por outro lado, é o
Ver. Mauro Pinheiro que diz que, quando o BRT estiver em funcionamento, deve
ser encerrada a proposição que ele hoje faz. Portanto, desde logo, por
preocupação com o único ente que deve ser realmente mais protegido, o pedestre,
o cidadão, eu voto contrariamente ao Projeto do Ver. Mauro Pinheiro.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação a
Emenda nº 01 ao PLL nº 020/12. (Pausa.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente,
eu estou com uma dúvida: a Emenda aumenta a tarifa do táxi? É que ficou muito
ruim a leitura. Onde acresce e que tipo de acréscimo?
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O autor da
Emenda já está chegando para esclarecer Vossa Excelência.
O SR. NELCIR TESSARO: Presidente, esta
Emenda não altera nada. É que na terça-feira de carnaval, se os táxis andarem
com bandeira dois, mesmo sendo feriado, eles são multados. Então, a intenção é
só acabar com essa multa da terça-feira de carnaval.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Alceu Brasinha, a Emenda nº 01 ao PLL nº 020/12.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 01 voto SIM, 15 votos NÃO e 10 ABSTENÇÕES.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Alceu
Brasinha, a Emenda nº 02 ao PLL nº 020/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 14 votos SIM, 05 votos NÃO e 05 ABSTENÇÕES.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, o PLL nº 020/12. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADO por 07
votos SIM, 15 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES. Está rejeitado o Projeto que teve uma Emenda
aprovada.
Coisas do
Legislativo.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2454/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 106/10, de autoria do
Ver. Airto Ferronato, que
cria o Polo Educacional do Centro Histórico de Porto Alegre e dá outras
providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto
(empatado);
-
da CECE. Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relatora Verª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 08-08-12.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão o
PLL nº 106/10. (Pausa.) O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para discutir
o PLL nº 106/10.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, uma pequena explicação do
Projeto de minha autoria. Nós temos, no Centro de Porto Alegre, no Centro
Histórico, um corredor cultural, que é uma bela e positiva ação que o Centro
tem. E nós temos, no Centro Histórico de Porto Alegre, mais de 80 instituições
de ensino.
Pelo Centro Histórico
transitam – a esmagadora maioria de estudantes – mais de 25 mil pessoas à
noite. Então, nos moldes do corredor cultural, nós estamos propondo um corredor
educacional que sinalize o que nós temos de instituições de ensino, no Centro,
e que o Poder Público possa dar uma olhada com carinho nessa questão.
Eu quero dizer que
este Projeto decorre daquelas discussões que fizemos quando discutimos o Plano
Diretor aqui para Porto Alegre, do qual tive a honra de ter sido o Relator da
temática do Centro Histórico e do Cais Mauá.
É uma proposta
interessante para Porto Alegre. Peço o voto favorável das Senhoras Vereadoras e
dos Senhores Vereadores.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o
PLL nº 106/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO, com a
abstenção do Ver. João Antonio Dib.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2909/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/09, de autoria do
Ver. Elias Vidal, que inclui art. 164-A na Lei Complementar nº 395, de 26 de
dezembro de 1996 – que institui o Código Municipal de Saúde do Município de
Porto Alegre e dá outras providências –, e alterações posteriores, restringindo
ao ambiente de trabalho o uso do uniforme pelos trabalhadores dos
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Valter Nagelstein: pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Paulinho Ruben Berta: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. Aldacir José Oliboni: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 07-04-10.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão
o PLCL nº 019/09, de autoria do Ver. Elias Vidal.
O Ver. Elias Vidal
está com a palavra para discutir o PLCL nº 019/09.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, os senhores percebem que o Ver. Elias Vidal
sempre está envolvido com alguma coisa em relação à Saúde. Há pouco trouxemos
um Projeto que foi aprovado por esta Casa sobre a troca das torneiras manuais
pelas de sensores, para evitar a proliferação de doenças e bactérias causadoras
de diversas patologias. É bom os desinformados saberem que este Vereador
trabalhou muitos anos dentro de hospital, trabalhei em traumatologia, em
cardiologia, em neurologia, em sutura, no Pronto Socorro Municipal; eu fui funcionário
público da Saúde. Então a gente sempre puxa algo para o lado da Saúde.
A questão dos
uniformes é um Projeto extremamente importante. Por quê? Porque quando alguém,
Ver.ª Melchionna, vai para um hospital, se submete a uma cirurgia, a um
tratamento de qualquer patologia, de qualquer natureza, sabemos que os
hospitais, muitas vezes, são focos de doenças, de contaminação. Às vezes, o
paciente vai por uma doença e sai com outras doenças. E a gente sabe que tem
toda aquela questão de infecção hospitalar. O paciente entra com uma doença e
acaba nem saindo do hospital; muitas vezes ele contrai uma septicemia, uma
infecção generalizada e pode ir a óbito.
Os senhores já viram,
muitas vezes, funcionários de hospitais, de laboratórios, de clínicas, pessoas
ligadas à Saúde saindo desses estabelecimentos usando o jaleco, o guarda-pó,
com a calça, com o sapato, com a sua roupa branca – às vezes a roupa tem o
próprio emblema da instituição –, e saem para ir a um banco, fazer um lanche,
alguma coisa fora do estabelecimento com o jaleco. Isso é um erro! Isso é
gravíssimo! Assim ele traz contaminação para dentro do hospital, e de fora para
dentro, fazendo com que essas doenças se multipliquem. E o pior é que ele traz
de fora para dentro do hospital outras partículas, outros agentes patológicos
para dentro de uma enfermaria, para dentro de um quarto hospitalar e, muitas
vezes, até para dentro de um bloco cirúrgico, para uma sala de recuperação,
para uma CTI ou para uma UTI.
Então, este Projeto
visa também, assim como a questão das torneiras, e agora de uma forma muito
mais direta, muito mais delicada, a proteger um paciente que está num estado de
fragilidade, num hospital, buscando um tratamento, e, muitas vezes, é
contaminado por outras doenças que esse funcionário traz da rua para dentro do
hospital, ou para dentro desse estabelecimento de saúde, e também leva de
dentro para fora, fazendo uma potencialização dos agentes causadores de muitas
moléstias, de muitas patologias.
Então, este Vereador
vem a esta Casa pedir aos senhores o apoio na aprovação deste Projeto, porque,
com certeza, os senhores que estão aqui e seus familiares não gostariam de
fazer uma cirurgia ou um tratamento num hospital em que os funcionários saem de
dentro das enfermarias, dos blocos cirúrgicos e vão para as ruas com as suas
roupas hospitalares, retornando com as mesmas roupas. Tenho certeza de que
nenhum dos senhores se submeteria a uma cirurgia ou a um tratamento e levaria a
sério. E a gente vê, com frequência, muitas vezes, na cidade de Porto Alegre,
funcionários de estabelecimentos de saúde andando nas ruas, indo para casa com
seus uniformes. Acredito que tenha ficado muito claro e peço o apoio dos
colegas Vereadores e Vereadoras. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o
PLCE nº 019/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 3051/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 140/11, de autoria do
Ver. Paulinho Rubem Berta, que
estabelece regras sobre a instalação e o funcionamento de parques de diversão
itinerantes no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Adeli Sell: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 05-03-12.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão
o PLL 140/11. O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para discutir o
PLL nº 140/11.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, este Projeto tem praticamente a
mesma finalidade, o mesmo objetivo que tinha o PLL nº 034/11, o projeto das
piscinas. Ele vem no sentido de criar regras, critérios para as instalações de
parques de diversão na Cidade de Porto Alegre. Muitos que aqui chegam para
instalar um parque de diversão, um lazer para a comunidade, nos trazem, de
certa forma, uma apreensão, um receio de nos acontecer o que vem acontecendo no
Brasil e em vários outros lugares, com equipamentos danificados, sem
manutenção, com fios soltos e acesso dificultado para as pessoas que lá vão
levar suas famílias para o lazer. Precisa haver critérios, precisa ter
segurança para que eu possa levar meus filhos, meus netos, meus familiares
nesses parques de diversões. Para tanto, quem precisa regrar isso é a
Prefeitura Municipal, através das suas Secretarias competentes.
E na periferia de
Porto Alegre, principalmente, Ver. Tarciso Flecha Negra, o que acontece? Os
parques se instalam, às vezes, sem as mínimas condições de cumprir com sua
função, que é dar lazer às pessoas. Por isto, venho a esta tribuna hoje com o
mesmo sentimento de ontem – quando aqui foi aprovado, e agradeço, o PLL nº
034/11, o projeto das piscinas –, para que seja aprovada pelas senhoras e pelos
senhores a possibilidade de botarmos regras para a instalação desses parques
que aqui chegam. Os parques precisam retirar alvará e precisam ter a questão de
um alvará consciente, com regras.
Por isso eu venho a
esta tribuna solicitar que as senhoras e os senhores aprovem este Projeto que é
simplesmente para preservar a vida. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o PLL nº 140/11. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0755/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 065/12, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que
inclui o Rodeio de Poetas Crioulos no Anexo II à Lei nº 10.903, de 31 de maio
de 2010 – que institui o Calendário de Eventos de Porto Alegre e o Calendário
Mensal de Atividades de Porto Alegre, dispõe sobre a gestão desses calendários
e revoga legislação sobre o tema –, e alterações posteriores, no último final
de semana de junho.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 24-09-12.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão o PLL nº 065/12. (Pausa.)
O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLL nº 065/12.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Haroldo
de Souza, presidindo os trabalhos; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; venho a
esta tribuna também para homenagear a V. Exa., Ver. Elói Guimarães, que teve o
privilégio de ter convivido com praticamente todos os ex-Presidentes da
Estância da Poesia Crioula, também conhecida como Academia Xucra, entidade com
55 anos.
Srs. Vereadores e
Sras. Vereadoras, não poderia deixar de citar os nobres que fizeram parte da
fundação dessa instituição – muitos deles inclusive a presidiram. Ver. Elói,
rememorando, então, foram Presidentes da Estância da Poesia Crioula: Hugo
Ramires (1957 a 1959; 1963 a 1986); Nitheroy Ribeiro (1959 a 1960); Jayme
Caetano Braun (1960 a 1961); Guilherme Schultz Filho (1961 a 1963, de 1970 a
1972); Cyro Gavião (1963 a 1964); Mozart Pereira Soares (1964 a 1966); Pery de
Castro (1966 a 1970); Hélio Moro Mariante (1972 a 1974); José Paim Brites (1974
a 1976); Zeno Cardoso Nunes (1976 a 1980); Vasco Mello Leiria (1980 a 1982);
José Hilário Retamozo, (1982 a 1986, 1992 a 1994 e
2000 a 2202); Francisco Pereira Rodrigues, (1988 a 1990); Dias Francisco
Fiorenzano, (1990 a 1992); Caio Flávio Prates da Silveira, (1994 a 2002);
Sérgio de Laforet Padilha, (2002 a 2004); Léo Ribeiro de Souza, meu amigo
particular, (2004 a 2006); Beatriz de Castro, (2006 a 2008); José Machado Leal,
2008 a 2010), amigo do nosso colega Ver. Nedel; e, atualmente, Cândido Brasil,
(2010 a 2012).
Essa é uma
instituição que poderíamos chamar de esteio da cultura regional rio-grandense.
Por isso, a nossa homenagem fazendo este Projeto contemplando essa entidade
para que venha a fazer parte do Calendário de Eventos da cidade de Porto
Alegre. A entidade tem se destacado aqui na Região Sul, mas também tem
participado de eventos internacionais, e nós precisamos fazer essa referência.
O Rodeio de Poetas
Crioulos é realizado anualmente, desde 1957, pela Estância da Poesia Crioula, e
é uma solenidade formal na qual o sócio-poeta que esteja na Estância do
Infinito é homenageado como patrono espiritual. Esse é o objetivo. É uma
entidade que mantém portas abertas, atividades durante o ano todo e, agora, vem
fazer parte do Calendário de Eventos, se assim os senhores o desejarem. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o PLL nº 065/12. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0485/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 031/12, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro, que
dispõe sobre solicitação e emissão de Declaração Municipal das Condições
Urbanísticas de Uso e Ocupação do Solo (DM).
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela existência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 22-10-12.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão o PLL nº 031/12. (Pausa.) O Ver.
Nelcir Tessaro está com a palavra para discutir o PLL nº 031/12, como autor.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Ver. Haroldo
de Souza; colegas Vereadoras e Vereadores, público que nos assiste, este
Projeto faz com que possamos agilizar a tramitação e a aprovação de projetos ou
incentivar que Porto Alegre possa desburocratizar a sua máquina pública.
Ainda ontem, aqui, ouvimos o nosso Vice-Prefeito de
Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo, quando apresentou os Projetos do Governo,
quando da Reunião Conjunta das Comissões. No mesmo momento em que estava ali
explanando a reformulação da Secretaria do Planejamento e da Secretaria
Municipal de Obras e Viação, Sebastião Melo fez referência a este Projeto, que
faz com que haja agilidade no fornecimento eletrônico da DM, para que possa o
empreendedor saber o que pode e o que não pode construir, utilizar ou
implementar naquele local. Nós sabemos da grande importância disso para a
agilidade e o desenvolvimento da Cidade. Já esse mesmo tipo de certidão é
fornecida on-line na cidade de
Curitiba; no Rio de Janeiro, que o próprio Ver. Sebastião Melo também visitou,
é eletronicamente fornecida a todo cidadão que fizer o requerimento, e isso faz
com que a Cidade se desenvolva. Nos dias de hoje, não é mais admissível a
tramitação do processo físico dentro de uma Secretaria ou que um protocolo, até
chegar à sua destinação, para o primeiro despacho na própria Secretaria, no
departamento técnico, demore de 15 a 20 dias com todas as ferramentas hoje, com
a tecnologia de ponta que é utilizada no Município.
Nós temos
as condições, que já estão sendo aplicadas justamente para o IPTU em Porto
Alegre, onde está se aplicando o geoprocessamento, para podermos trazer as
imagens on-line de todo o nosso setor
imobiliário, para conhecermos a realidade da nossa cidade de Porto Alegre, para
fazermos com que haja, sim, essa disponibilidade eletrônica para todo o cidadão
porto-alegrense.
Então, hoje, uma DM, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, demora até seis meses para ser fornecida.
Essa DM, que é o primeiro passo para que se possa empreender na Cidade, afasta
o empreendedor do Município. E assim nós estamos, justamente com este Projeto,
propondo que essa DM seja eletrônica para facilitar a quem requer e facilitar a
tramitação e o fornecimento para o cidadão porto-alegrense.
Então, eu estou
pedindo o apoio de todos os Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, pois isso faz
com que possamos agilizar e colocar Porto Alegre como as demais Capitais, toda
ela para trabalhar os projetos todos informatizados como queremos que nossa
Porto Alegre seja. Então, estou pedindo apoio para a aprovação deste Projeto.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 031/12.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
Haroldo de Souza, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, meus senhores e minhas
senhoras, eu entendo a preocupação do Ver. Nelcir Tessaro de fazer a Declaração
Municipal de Uso do Solo, a DM; entendo a preocupação de fazer em 30 dias, mas
nós não podemos fazer leis que não podem ser cumpridas de imediato. E aqui diz
que esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Acho que a Prefeitura
não teria condições, agora, de dar uma DM em 30 dias. Sei que estão procurando
cada vez mais facilitar, porque eu posso fazer pela Internet a solicitação, uma
série de coisas, mas eu acho que a Prefeitura não tem estrutura para fazer isso
aqui.
Então, se tivesse um
prazo, talvez fosse pensado. A esta altura, eu tenho que dizer que não é
possível aprovar o Projeto, porque nós teremos mais uma lei neste País para não
ser cumprida. Uma coisa muito desagradável, nós somos um País das leis, só
fazemos leis, leis e mais leis, mas como cumprir a lei? Como fiscalizar o
cumprimento da lei, se nós não estamos preocupados? Então, no momento, eu acho
que deveria ser melhor estudado este Projeto de Lei, que é uma boa iniciativa,
não digo o contrário, só que, lamentavelmente, na minha formação, não me
permito fazer uma proposição que eu sei que não pode ser cumprida. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Encerrada a discussão. (Pausa.) Em votação o PLL
nº 031/12. O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para encaminhar a votação
do PLL nº 031/12.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu venho a esta
tribuna para fazer um encaminhamento relativo ao Projeto de Lei do Ver.
Tessaro, porque entendo que devamos, aqui, fazer uma reflexão quanto ao mérito
do Projeto que tramita, e que, na realidade, tem por objetivo trazer um
conteúdo de informatização, o que nós consideramos importante, mas eu quero
acompanhar o raciocínio do Ver. João Dib, até porque temos uma familiaridade
com o tema. Eu gostaria de trazer para o debate algumas considerações que
entendo oportunas.
A Declaração Municipal de Condições Urbanísticas e
Ocupações do Solo é um documento que considera algumas situações particulares
de cada uma das escrituras encaminhadas, ou de cada uma das situações
formuladas no seu pedido, e que exigem precisão de documentos. O que eu quero
dizer com isso? Por exemplo, pode um requerente solicitar uma DM de um terreno,
pode solicitar uma DM desse terreno e mais o do vizinho, e mais três, e mais
quatro, e mais cinco. O que eu quero dizer? Pode um pedido de DM ser
constituído, por exemplo, de cinco matrículas. Então, todo esse alinhamento,
essa metragem, essa avaliação, e, atualmente, através da Secretaria do Meio
Ambiente, do DEP, é também feito um levantamento nesses terrenos relativos a
aspectos ambientais, à passagem de algum talvegue, algum talude, alguma
situação que envolva área de preservação permanente, então, a DM, por vezes,
também, é constituída de quatro ou cinco laudas.
Então, me parece que esse trabalho de fazer o
endereçamento eletrônico carece, também, de uma estrutura de pessoal
atualmente, porque vai ter que se receber, mediante
requerimento, um e-mail. Para que se
possa enviar esse e-mail, vai ter que
se escanear todos os documentos. Por exemplo, para o pedido da DM, é necessário
a cópia do IPTU. Então, toda essa tramitação, atualmente, eu diria, que
meritoriamente, a ideia dos 30 dias é mais do que razoável, porque, na
realidade, o Decreto prevê 15 dias. A DM tem que ser expedida hoje em 15 dias,
é o que estabelece o regramento. Mesmo aumentando o prazo – a proposta do Ver.
Nelcir Tessaro é dilatar o prazo de 15 para 30 dias –, talvez, eletronicamente,
nós precisaríamos fazer um processo; então, talvez aqui tivéssemos que emendar
o projeto, Vereador, permitindo uma regulamentação para que em alguns casos em
que não haja possibilidade do envio eletrônico, ainda possa ser retirada a DM
física. Hoje, como é disponibilizada a DM? Quando ela está pronta, o servidor
lança no sistema a que está pronta e aquele requerente, quem a solicitou, vai
até a Prefeitura e retira o documento. O prazo depende do volume – o Ver. Alceu
Brasinha me pergunta sobre o tempo: às vezes, a DM sai em três dias, em sete
dias, conforme o tamanho, o volume, a análise da documentação.
Então, trago
aqui essas considerações, porque entendo que a ideia é boa, mesmo com a
extensão do prazo. Vejo aqui que o Ver. Nelcir Tessaro transfere de 15 para 30
dias, dando mais prazo para a emissão do documento, mas me parece que,
eletronicamente, tanto para enviar a documentação, nós precisaríamos ter, de
alguma maneira, uma forma de atestar que o documento que está sendo juntado e
enviado para a Prefeitura, mesmo eletronicamente, ele é um documento que tem
algum conteúdo que pode dar a formalidade para quem está enviando, e não só
para quem está recebendo. Então, me parece que nós teríamos que ter um prazo –
não sei se o Ver. Nelcir Tessaro concordaria – para que a gente tente emendar o
Projeto, porque acho que ele é meritório. Tudo que se possa fazer para melhorar
o serviço, encurtando os prazos, aplicando a tecnologia da informação,
melhorando a qualidade da prestação de serviços, é meritório. Mas a gente quer
também aqui fazer um trabalho e um debate que, efetivamente, possa se tornar
realidade, para que a gente não dê um passo maior do que a perna, assuma um
compromisso, e, amanhã ou depois, os Vereadores vão vir à tribuna, cobrando a
emissão das DMs eletrônicas. E a gente sabe que tudo isso envolve um aparato de
escanerização, de envio de documentos, de criptografia de documentos, da
veracidade do envio das escrituras públicas, da documentação, enfim. Essas são
as nossas considerações sobre o Projeto de Lei do Ver. Tessaro. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador)
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 031/12.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Srs. Vereadores,
eu venho aqui, porque sou simpático ao Projeto do Ver. Nelcir Tessaro, porque
sei o quanto é problemática a DM. Não sei quantas vezes eu procurei o Márcio
Bins Ely cada vez que alguém me procurava. Só que não é o que o Mauro falou,
seis meses, às vezes eram três meses, três meses e meio. Eu concordo contigo.
Acho que nós também temos de nos adaptar, pois os outros Municípios, outros
Estados estão na frente; nós aqui estamos parados no tempo. Já que vai ter esse
escritório central de protocolo, é a hora de nos organizar, para que a DM seja
eletrônica e seja, para o cidadão que quer construir, mais rápida. Concordo com
o Projeto, vou votar contigo, porque acho importante, todo mundo vai ganhar, é
só uma questão de tempo e de adaptação. Não vamos ficar pressionando toda hora.
Acho bom o Projeto, vim aqui porque sou simpático ao teu Projeto, Ver. Nelcir
Tessaro. Obrigado.
(Não revisado pelo orador)
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para encaminhar a votação do PLL nº 031/12.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Haroldo de Souza, Presidente, Sras. Vereadoras
e Srs. Vereadores, a minha preocupação divide-se, por um lado, entre o apoio ao
Projeto e essa novidade do Ver. Márcio Bins Ely, ex-Secretário, que nos trouxe a informação de que tem ou tinha a
possibilidade de sair uma DM em três dias. Isso, tenho a impressão, de que só
com uma macumba pesada, muito forte. Isso é uma coisa que eu nunca tinha ouvido
ainda. Eu ouço, no dia a dia, as dificuldades que se tem para conseguir uma DM
em Porto Alegre. Aliás, aqui preciso fazer um outro registro. Sabem que os
tabelionatos hoje, todos, estão atualizadíssimos, informatizados e só os
registros de imóveis são bem diferentes. Alguns estão atualizados, mas a
maioria não. Sabem por quê? É a mesma coisa que acontece com a Prefeitura: as
pessoas são obrigadas a procurá-los, não têm opção de escolha, então há essas
dificuldades. Todas as entidades que têm esse poder de ter exclusividade,
quando não estão sujeitas à concorrência, infelizmente, Ver. Brasinha, acontece
isso. Se V. Exa. não atender direito aos seus clientes, perde para o Carrefour.
Já não vende os seus pneus, perde para o Carrefour. Veja só, concorre com o
Carrefour porque faz um bom atendimento. Esse é um exemplo prático. Mas
evidentemente que nós precisamos fazer essas provocações. E eu citei o exemplo
dos registradores de imóveis, porque, Ver. Toni, quando se busca uma negativa
ou um documento de um imóvel, ele está hospedado naquele local, naquela região
imobiliária e não se tem opção. Agora, se um tabelionato não te atende à
altura, tu procuras outro. Acabou, terminou, resolveu. Por isso não se encontra
nenhum tabelionato que não atenda bem. Agora, é diferente com os registradores
de imóveis. E com a Prefeitura, as Secretarias, infelizmente, é o mesmo
princípio: a exclusividade. Eu não estou pregando outra prática, porque nós
somos obrigados, e é do princípio, é do seu negócio a exclusividade para tratar
desses assuntos. Então nós estamos obrigados às condições das Secretarias,
enfim. E aqui em Porto Alegre nós temos ouvido reclamações constantemente.
Aliás, os únicos que não reclamam e há que se registrar, são grandes projetos,
grandes construtoras. Eu nunca recebi reclamação de nenhuma. Agora, o cidadão
comum seguidamente me pergunta: “Bernardino, estamos há tantos meses aguardando
uma DM, por que não sai? Por que demora tanto, Vereador?” Então, não posso
deixar de fazer este registro, porque a vida é dura. A vida é dura, Ver.
Brasinha! Nós notamos que há uma certa dificuldade para alguns segmentos; para
outros, nem tanto. Agora, que a DM demora, demora, demora, Ver. Comassetto.
Vamos votar favoravelmente ao Projeto, e se não é o
melhor Projeto do mundo, Ver. Tessaro, é o início para que, de repente, o
próprio Executivo o conserte, faça alguma coisa, mude alguma coisa. Porque eu
lembro, Bancada do PT, que eu criticava, alguns anos atrás, quando os senhores
foram governo por 16 anos, só que já se passaram 8 anos do novo Governo, e a
burocracia continua a mesma! Por isso, às vezes, tenho limitado minhas
críticas.
Ver. Márcio, vamos votar favoravelmente ao Projeto
do Ver. Tessaro, e o Governo que proponha o melhor depois. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Márcio
Bins Ely, o PLL nº 031/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 17 votos SIM e 02 votos NÃO.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para um Requerimento.
O SR. ENGENHEIRO
COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, os Vereadores que subscrevem vêm
requerer que sejam remetidos à Procuradoria da Casa, para análise e
manifestação, com efeito suspensivo da tramitação, os processos encaminhados
pelo Executivo Municipal que tratam da criação de cargos com impacto
orçamentário financeiro positivo, em período manifestadamente defeso pela Lei
de Responsabilidade Fiscal, conforme dispõe o art. 21, o qual dispõe que é nulo
ter pleno direito o ato que provoque aumento de despesa com pessoal nos 180
dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder. E aqui
descrevemos o artigo.
Como vamos votar isso na segunda-feira e
constatamos essa inadequação constitucional, no nosso ponto de vista, estamos
remetendo ao senhor para que a Procuradoria se manifeste até segunda-feira,
antes que entremos na votação.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Recebo em nome da Presidência, e encaminho à Mesa
Diretora.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente Ver. Haroldo de Souza, a Procuradoria da Casa e a
Procuradoria-Geral do Município, evidentemente examinaram detalhadamente o
Projeto. A Procuradoria da Casa colocou alguns óbices, que foram esclarecidos,
para que os Projetos pudessem tramitar. Agora a manifestação do Ver. Comassetto,
em nome da oposição, me dá a impressão de que é procrastinatória: vamos parar
os Projetos que nós acertamos, em Mesa e Liderança, que votaríamos na data
prevista. Não tem sentido essa preocupação do Requerimento formulado à Mesa.
Confesso que, se fosse Presidente da Casa, eu não aceitaria o Requerimento,
porque eu estaria dizendo que a Procuradoria da Casa não sabe o que faz, e a
Liderança do Governo também não sabe o que responde quando a Procuradoria
coloca dúvidas. Saúde e PAZ!
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Obrigado, Ver. João Antonio Dib, mas, dentro do
direito de requerer, a Presidência está recebendo o Requerimento e enviando-o
para a Mesa Diretora. (Palmas.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 3228/10 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 154/10, de autoria do Ver.
Toni Proença, que obriga os estabelecimentos comerciais varejistas a exporem,
juntamente com o preço dos produtos comercializados em frações de massa ou de
volume, o preço correspondente a 1 (um) quilograma ou a 1 (um) litro desses
produtos.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Pedro Ruas: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Nilo Santos: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relatora Verª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 21-03-12.
O SR. PRESIDENTE
(Haroldo de Souza): Em discussão o PLL nº 154/10. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. (Pausa.) Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Toni
Proença, o PLL nº 154/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 12 votos SIM, 03 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 084/12 – (Proc. nº 2628/12 – Verª
Sofia Cavedon) – requer Moção de
Solidariedade com a Presidenta do Brasil Dilma Rousseff, pela destinação de
100% dos recursos dos royalties do Pré-Sal para a educação.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o Requerimento nº 084/12 de autoria da
Ver.ª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Em discussão o PLL nº 164/10. (Pausa.)
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO (Requerimento): Em nome da nossa Bancada, venho pedir seja
retirado da Priorização o PLL nº 164/10.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza – às 17h31min): Encerrada a Ordem do Dia.
Passamos ao
A Ver.ª Fernanda Melchionna está
com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Vereadores e Vereadoras, primeiro, eu queria
agradecer ao Ver. Pedro Ruas pela cedência do Grande Expediente na tarde de
hoje. Quero tratar de dois assuntos que são muito importantes e, ao mesmo
tempo, preocupantes. Um já foi tratado desta tribuna e mostra o descompromisso
e a falta de organização da Secretaria Municipal de Educação para algo muito importante
para crianças de escolas do Município de Porto Alegre, para professores que
estão no processo educativo e para as famílias, como foi a apresentação
suspensa na noite de hoje no Auditório Araújo Vianna, que, durante meses, 461
crianças se organizaram para construir. Uma apresentação em que as fantasias,
as vestimentas e a infraestrutura foram garantidas a partir de brechós e rifas,
sendo construída pela comunidade escolar para garantir com que as crianças
carentes pudessem ter as suas vestimentas para a sua apresentação de Natal para
as famílias, para a sociedade, no Araújo Vianna. Esse auditório que ficou sete
anos fechado e foi reaberto, privatizado, com 75% das datas ocupadas pela Opus,
e cercado; um parque público que tem o cercamento de um espaço que
historicamente foi utilizado para que as famílias, os jovens, a sociedade
tomasse chimarrão e usufruísse ali de um pedaço do nosso Parque da Redenção.
Esse mesmo Araújo Vianna, que teria uma
apresentação das crianças das escolas municipais de educação infantil na noite
de hoje, teve a apresentação desmarcada por completa falta de planejamento da
Prefeitura, por conta de não haver os R$ 13 mil para garantir sua limpeza e
manutenção. O argumento da Secretária é que não foi retirado, nas reuniões da SMED,
um responsável para a execução desse planejamento mínimo, que é garantir um
calendário com prazo, inclusive, longo, que houve, desde o acordo das escolas
com a SMED, para a apresentação que seria na noite de hoje. Diante dessa
gravidade, nós nos perguntamos, Ver.ª Sofia Cavedon, como pode uma Prefeitura
que na mesma semana envia projetos com impacto de R$ 7 milhões não
disponibilizar R$ 13 mil para que crianças da rede municipal pudessem se
apresentar no Auditório Araújo Vianna? Como pode a Prefeitura Municipal, que
está sempre aumentando o número de CCs, não ter competência para garantir o
encaminhamento e a execução dessa apresentação do dia de hoje? Como pode a
Prefeitura não querer investigar onde estão os R$ 20 milhões roubados do
Município de Porto Alegre pelo Instituto Sollus, certamente em conluio com
agentes públicos, R$ 20 milhões que não estão nos postos de saúde, na
contratação de profissionais, nos hospitais municipais e que a Prefeitura tem
um silêncio estarrecedor diante da gravidade da denúncia do desvio desses R$ 20
milhões? São 11 milhões sonegados nas guias de pagamento previdenciário dos
trabalhadores da Sollus e R$ 9 milhões em notas frias.
O Sr. Elias
Vidal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Parabenizo a
Vereadora, que tem prestado um grande trabalho para a nossa Cidade, como o Ver.
Pedro Ruas também, pela seriedade, pela luta e pela transparência. Eu me somo
nessa luta. Assinei a CPI da Saúde, foi feita uma manobra para que a nossa
assinatura não tivesse valor, para que não fosse investigado o que deveria ser
investigado. Pois bem, nunca houve tantas irregularidades no Município de Porto
Alegre como está havendo nesses últimos anos, e o pedido para a criação de mais
de 200 CCs é para acomodar as pessoas nessa grande aliança política que foi
feita em Porto Alegre. Isso não é correto, isso é imoral e é inchar a máquina
pública. O que me deixa extremamente aborrecido, Vereadora, é o fato de saber
que tantos Partidos trabalharam de uma forma honesta e transparente nas suas
campanhas, nas suas eleições com os seus candidatos, e ver que todos os
candidatos, em maior e menor grau alinhados ao Governo, com cargos como
secretários, fizeram campanhas milionárias. E a pergunta que se faz para esta
Cidade é: gastam-se R$ 300 mil, R$ 500mil, R$ 800 mil, mais de um milhão, como
é que se espera que esse dinheiro seja recuperado por um candidato? De onde é
que vem esse dinheiro? E nós sabemos – porque recebemos o material nesta Casa
que circulou em todos os gabinetes, isso não é segredo – das irregularidades
pela Secretaria da Saúde. A Secretaria da Saúde trata de algo, Vereador, muito
grave, porque está lidando com a dor, com o sofrimento, com a doença, com a
morte, com óbito, com a perda de pessoas. E o que ocorre? O Sr. Casartelli,
como candidato, recebeu, entre outras ajudas à sua campanha – está aqui
registrado na sua prestação de contas, o que acho totalmente imoral –, mais de
R$ 20 mil durante o período de campanha política por instituições financeiras
ligadas à Saúde que têm negócios com a própria Secretaria da Saúde. A pergunta
é: por que, por exemplo, a empresa Laborsys Sistemas Diagnósticos Comércio
Ltda, que doou mais de R$ 20 mil, não deu R$ 500,00 ou R$ 1.000,00 para cada
Vereador? Por que para o candidato a Vereador que é Secretário da Saúde? Isso é
extremamente imoral. A gente percebe, Vereadora, que, em muitos lugares, estão
cassando pessoas por muito menos, por centavos. Por que, aqui em Porto Alegre,
isso não está acontecendo, com tanta irregularidade? Com tantas coisas erradas?
Então, não estarei no ano que vem aqui, mas eu acredito que um candidato a
Vereador, do jeito que foram conduzidos, alguns aqui em Porto Alegre,
especialmente da Saúde, não poderiam continuar como Secretário. Não se pode
botar uma raposa a cuidar do galinheiro; não se pode botar uma pessoa
desonesta, do jeito que estamos vendo em sua prestação de conta, que empresas
que têm negócios... Por que alguém que tem negócio com a própria Secretaria
dará dinheiro? É óbvio que isso é uma forma muito imoral de levar vantagem nas
negociatas com a Secretaria da Saúde. Obrigado.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Ver. Elias Vidal. De fato, é muito
complicado. O Vereador trouxe uma denúncia grave em que empresas que têm
negócios, licitações... Eu imagino que seria importante que, em um outro tempo,
o senhor discorresse quais os objetos de convênio dessas empresas com a
Prefeitura, se houve licitação ou não, e quanto essas empresas ganham da
Prefeitura de Porto Alegre. Porque, de fato, se o candidato que é Secretário,
recebe recurso de empresas que têm convênios, é uma investigação que tem que
ser feita. Eu lembro...
O Sr. Elias
Vidal: Mais de R$ 2,5 milhões no total. Entre 2011 e 2012, mais de R$ 2,5
milhões, e alguém dá R$ 20 mil, dá muito mais do que isso! É óbvio que
contratos que eram no valor de R$ 800 mil veio mais de R$ 1 milhão. É dinheiro
em cima de dinheiro, é uma fortuna, uma babilônia! É dinheiro do povo, da
Saúde, de tratamento, de cirurgias, de crianças, de idosos, que estão nas filas
dos postos, esperando por um melhor atendimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Merece investigação, de fato, Vereador. Eu ainda
relembro que no caso do Instituto Sollus não houve licitação! O Instituto
Sollus não tinha telefone em Porto Alegre, não tinha endereço! A Prefeitura foi
buscar uma empresa em Sorocaba, que não existia em Porto Alegre! O Conselho
Municipal de Saúde avisou que não era para ser feita essa contratação. A então
Deputada Federal Luciana Genro falou: “Isso cheira à corrupção!” Em menos de
dois anos depois a corrupção veio à tona! E a Prefeitura permanece em silêncio!
O Líder do Governo sempre diz que está sendo cobrado em dívida ativa, mas o
Instituto Sollus não tem bens! Nenhum centavo foi devolvido da dívida ativa
para a Saúde dos porto-alegrenses!
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Ver.ª
Fernanda Melchionna, fazer acusações é uma coisa muito fácil. Evidentemente, o
Ver. Elias Vidal, com o seu brilhantismo, tem documentação para provar as
acusações que ele fez, não recebeu apenas um e-mail de alguém dizendo isso.
Mas quero dizer a V. Exa. que, no caso do Instituto
Sollus, a Câmara discutiu muito antes de assinar o contrato. Quero dizer a V.
Exa. que estou cansado de repetir que todas as irregularidades foram levantadas
pela Prefeitura, que em oito dias fez queixa na Delegacia de Polícia em Porto
Alegre, queixa na Delegacia de Polícia em São Paulo, queixa no Ministério
Público e lançou na dívida ativa. A execução já foi feita, foram penhorados os
bens dos diretores do Instituto Sollus. A Prefeitura vai ressarcir os R$
5.826.000,00 corrigidos. Então, foi a Prefeitura quem identificou a falsidade
das notas. Se a Prefeitura não tivesse feito isso, eles teriam ido embora
tranquilamente.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Ver. João Antonio Dib, primeiro, o Conselho
Municipal de Saúde, antes de a Prefeitura fazer o convênio, identificou que
havia falcatrua. A Prefeitura não ouviu o órgão do controle social que tem que
ser ouvido e que tem que votar as decisões relativas à gestão da Saúde em Porto
Alegre. A Prefeitura ignorou o Conselho Municipal de Saúde, que votou por 28
votos a 2, se não me engano, contrário a este convênio. O Ministério Público
Federal fez uma investigação das notas apresentadas pelo Instituto Sollus para
a Prefeitura: notas frias, sem sequência. O Ministério Público Federal foi quem
trouxe à tona esse caso. Eu já estava Vereadora, foi em 2009. A Prefeitura
abriu uma sindicância depois. Uma sindicância, que sempre salva todos da
Prefeitura. Ou alguém aqui acha que o Instituto Sollus caiu de paraquedas em
Porto Alegre? Alguém acha que eles vieram e caíram de paraquedas para roubar R$
9 milhões e depois mais R$ 11 milhões? Que não houve agente público
comprometido com a tentativa de garantir que não houvesse licitação e que o
Sollus entrasse, como fez em vários Municípios, como fez em Lorena, São Paulo?
O Ministério Público Federal fez uma investigação nacional e descobriu que o
Sollus fez esses golpes em vários Municípios da Grande São Paulo; a mesma prática
de, com a ajuda de agentes públicos, entrar na gestão de Programas de Saúde da
Família e surrupiar o dinheiro do povo, surrupiar o dinheiro que não está nos
postos de saúde, na contratação de médicos e na garantia da Saúde pública
plena, como é prerrogativa do SUS, conquistada pela cidadania brasileira.
E agora, veio nova investigação em relação à
Polícia Federal, que trouxe que R$ 11 milhões foram desviados, porque eles
fraudavam as guias de recolhimento previdenciário. Resumindo: embolsavam o dinheiro
da previdência dos trabalhadores. São R$ 20 milhões que eram para estar na
Saúde pública e que não foram devolvidos. O Ver. João Dib fala em R$ 5 milhões;
a operação Pathos falou que eram R$ 9,5 milhões! Os bens penhorados... Esse
argumento volta recorrentemente nos últimos meses, mas a oposição não viu um
centavo ser devolvido para os cofres públicos municipais. E quero concluir
dizendo que a Câmara não fez a sua obrigação número um, que é fiscalizar. A
Câmara deveria ter instalado uma Comissão Parlamentar de Inquérito para
garantir aquilo que está na Constituição, da prerrogativa da Câmara Municipal
de Vereadores. O Ver. Pedro Ruas, a Bancada de oposição luta, desde 2010, para
que haja uma CPI. E agora, com os novos fatos, estamos, de novo tentando. E
temos só dez assinaturas, de 36 Vereadores! Até quando a Câmara vai deixar de
cumprir a sua obrigação?
A Sra. Sofia
Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Fernanda,
V. Exa. faz uma recuperação de temas que nós já trabalhamos durante todos esses
quatro últimos anos. Eu sei que as investigações estão em andamento e que temos
de fazer uma reflexão sobre o significado da ficha limpa, porque esse tipo de
tema deveria constar, na minha opinião, no questionamento das candidaturas. V.
Exa. assinou conosco, as Bancadas do PT, do PSOL e do PSB, agora, neste
momento, um questionamento, porque a Prefeitura está prestes a fazer uma nova
ilegalidade. É límpido, é nítido o que está na legislação, na Lei de
Responsabilidade Fiscal: 180 dias antes da nova legislatura, da nova
Prefeitura, do novo mandato não é possível criar despesas com pessoal. A
própria Prefeitura manda para cá dez Projetos, cria mais de 200 CCs, e ela
mesma coloca junto aos Projetos a repercussão financeira, dizendo que gastará
R$ 15.804.000,00, a mais, passando dos atuais quarenta e sete vírgula alguma
coisa de gasto com pessoal para 49,22%. Ela assina confissão de culpa, está
ampliando em R$ 15 milhões o gasto com pessoal dentro do período proibido pela
Lei de Responsabilidade Fiscal.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Muito importante, Ver.ª Sofia Cavedon. Isso é de
uma gravidade enorme, a Prefeitura está incorrendo em uma ilegalidade nítida,
clara, pois não é possível, antes do término do mandato, antes de 68 dias,
apresentar projetos que tratem de impacto financeiro. Esse documento
apresentado pela bancada do PT, do PSB e do PSOL será encaminhado para a Mesa
Diretora, pois precisamos de um Parecer da Procuradoria em relação a essa
ilegalidade grave. Digo mais: comprometer 49% do Orçamento com esses projetos é
extremamente complicado. Porque sabemos que a categoria dos municipários está
com salário arrochado, estão em campanha salarial, e o argumento da Prefeitura
é que não tem percentual pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Claro, colocam
todo o percentual no aumento de CCs, um impacto de R$ 7 milhões, descumprindo a
legislação. Estamos muito preocupados. Enquanto isso, não tem R$ 13 mil para
garantir a apresentação de 461 crianças da Rede Municipal. Queremos cobrar isso
da Prefeitura, pois é uma irresponsabilidade sem tamanho! Imaginem a frustração
das crianças que se prepararam, que ensaiaram junto com as famílias, com as
professoras, com a comunidade escolar, que batalharam, através de rifas e
brechós, para conseguir os recursos para construir suas fantasias e não tiveram
apresentação graças a uma irresponsabilidade sem tamanho da Prefeitura
Municipal. Enquanto isso tem o dinheiro que foi desviado da Saúde e não voltou;
tem projetos que aumentam, impactam em R$ 7 milhões os cofres municipais; tem
uma série de bandalheiras que seguem acontecendo; e R$ 2 milhões são
suplementados para verbas publicitárias. A Prefeitura, que já gastou R$ 15
milhões em publicidade neste ano, quer gastar mais R$ 2 milhões. Isso foi
aprovado, lamentavelmente, por esta Casa, e nós queremos registrar nosso
protesto. É um exemplo gritante da falta de responsabilidade, do descompromisso
com as crianças, com as creches, com as Escolas Municipais de Educação
Infantil, que, neste caso, estavam preparadas para engrandecer o Auditório
Araújo Vianna com uma bela apresentação no dia de hoje. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Ver.
Haroldo de Souza; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, público que nos assiste,
quero aproveitar este período do Grande Expediente para saudar – está aqui
conosco, nos assistindo – o Dr. Luiz Fernando Kruel, professor de Educação
Física, colega da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que, há poucos
dias, recebeu uma Menção Honrosa de Inovação Tecnológica nos Esportes, um
prêmio organizado pelo CNPq, Fundação Roberto Marinho e Grupo Gerdau. Quero
parabenizá-lo, Prof. Kruel, pelo seu trabalho e pela valorização que o senhor
deu ao Rio Grande do Sul, ao Brasil, recebendo esse prêmio de destaque
nacional, que foi amplamente divulgado pela imprensa.
Vou continuar num
tema que referi ontem. No início da tarde, na minha primeira fala, abordei a
questão da falta de luz em Porto Alegre, principalmente na Zona Sul da Cidade;
relatei, inclusive, o meu caso, dizendo que, naquele momento, estava há 38
horas sem luz. Às 16 horas, saí, porque recebi a informação que, de maneira
espontânea – quero deixar claro, não foi nenhum movimento político –, a
comunidade da Av. Tramandaí com a Av. Imperial colocou uma barreira na rua,
obstaculizando o trânsito, ficando a rua Déa Coufal até a rua Conselheiro
Xavier da Costa totalmente obstruída. Esse movimento começou às 14 horas e, até
às 21 horas, foi impedido que qualquer carro, táxi, ônibus ou moto passasse por
aquele local. A imprensa foi deslocada, assim como os “azuizinhos” e a Brigada
Militar – e aqui quero agradecer a presença deles –, e, lá pelas 17 horas, a CEEE conseguiu, em parte, resolver o problema – eu digo em parte,
porque, em algumas ruas, voltou a ter luz. Ontem, eu fiz um dura crítica à
CEEE, mas eu também quero aqui repor algumas coisas. Por exemplo: na Av. Guaíba
constatamos que a CEEE não podia fazer o trabalho em função de que tinha que
podar uma árvore dentro de uma casa. E assim foi feito, quase que à revelia.
Inclusive, chegou lá uma equipe da SMAM, tinha um caseiro, e essa foi a maneira
de recuperar o disjuntor. Aí, constatamos que várias outras ruas estavam com o
mesmo problema. Ou seja, mais uma vez, entramos na questão da poda de árvores,
como levantaram alguns Vereadores, aqui, ontem. Quando ficou pronta a
iluminação em algumas ruas, a comunidade, de forma solidária, resolveu manter a
barricada até que fosse recuperada a luz da Osvaldo Cruz. Depois, contatamos o
próprio presidente da CEEE, e ele acertou que mandaria alguém, porque o
problema ali foi mais grave, com a troca até de um transformador. Então, isso
ficou acordado. Aí, às 9h da noite, saiu a barricada, e, às 11h da noite, veio
a luz, em definitivo, naquela Região. Ou seja, nós ficamos 45 horas sem luz.
Mas eu quero também fazer o registro de que o Presidente da CEEE, conversando
comigo depois, colocou que ele não concordava muito com aquilo que eu havia
dito. Por exemplo, ele disse que a CEEE está procurando, sim, fazer
investimentos.
Aqui não está o Ver.
Dr. Thiago e nem o Ver. Beto Moesch, mas acho que seria oportuno que esta Casa
promovesse uma reunião da COSMAM para acertarmos uma dinâmica em Porto Alegre
entre a CEEE e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente para acertar este
detalhamento. Porque o verão ainda nem começou – começa daqui a duas semanas –,
mas, nessa época que se avizinha, como sabemos, é uma época de chuvas rápidas,
curtas, com grandes temporais, e isso vai fazer com que a queda de luz e a
falta de luz sejam constantes. Então, este Vereador já sugere que seja de uma forma
preventiva, que estes locais sistematicamente marcados na cidade com queda de
luz, que possam fazer... E lá foi constatado, infelizmente, que vários
comerciantes perderam as suas mercadorias em função de ficarem 30 ou 40
horas... Na minha rua foram 45 horas sem luz! Não sei se o Ver. Haroldo de
Souza também ficou sem luz. Deve ter ficado quase esse mesmo período sem luz.
Então, aqui vai, de forma fraterna... Ontem, conversamos, e o próprio
Presidente da CEEE disse que a CEEE está fazendo, sim, investimentos. Então,
queremos fazer este registro da questão dos investimentos. Constatamos também que
algumas questões não realizadas pela CEEE não foram por culpa da CEEE, porque
faltou a questão da poda. Então, como fui duro ontem, venho aqui fazer este
registro, e eu sou daqueles que não têm nenhum problema de pedir e também de
agradecer e dar os créditos.
O outro assunto do qual quero falar é um assunto
bem mais pesado, mas é o assunto da moda, é um assunto que cada vez mais está
sendo discutido na nossa Cidade, no nosso Estado, no nosso País e no mundo: o
episódio do mensalão e a repercussão da questão de uma nova personagem que até
agora não aparecia na cena nacional, a figura da Sra. Rosemary. Tem-se notado
que ela é uma figura fantástica, ou seja, uma grande articuladora, mas
articulando para determinados tipos de negócios, que estavam montando rendas
magníficas para um determinado grupo, sem contar ainda a última versão do
Marcos Valério, que, de forma categórica, está apontando nomes, nomes de
empresas, e quem estava recebendo e com os valores.
Ontem – e eu vejo que aqui não há, infelizmente, nenhum
Vereador da Bancada do PT – o Partido dos Trabalhadores, seguindo a orientação
nacional, fez um ato em Porto Alegre, através do Presidente, nosso colega Ver.
Adeli Sell, colocando as possíveis razões – e vou aqui
grifar entre aspas – contra o Supremo Tribunal, que está, segundo o PT, levando
para uma questão unicamente de forma política. Ora, é querer subestimar a
população brasileira, é querer tapar o sol com a peneira. E cada dia mais o que
constatamos é que essa bola de neve está aumentando; aumentando de forma
incisiva. E agora, mais do que nunca, se fala, já que ele não tem mais
imunidade parlamentar, de, talvez, o próprio ex-Presidente da República ser
chamado pelo Congresso para dar explicações e fazer até uma própria acarearão
com Marcos Valério, que diz que foi ameaçado de morte, mas como pegou 40 anos e
no processo de delação premiada, talvez, tenha uma redução da pena se ele
contar a verdade. Ele tem apontado alguns fatos.
Mas ele trouxe à
tona, mais uma vez, o início de uma discussão do PT, que é a morte do Prefeito
Marcos Daniel, de Campinas, o famoso episódio daquela época do lixo, que
originou toda uma discussão polêmica e, agora, cada vez mais este assunto vem à
tona.
E eu volto a dizer
que me surpreende fazer um ato em desagravo ao Supremo, como se o mensalão não
existisse. E está falando aqui um Vereador que mudou de Partido, na época, em
função de uma discussão com um dirigente partidário seu, por causa do mensalão.
Foi notório, na época, porque queriam também defender o mensalão como se este
não existisse; mas nada como o tempo! Cada vez mais está provado e comprovado,
mas esta é a má política, é a política de se locupletar, de pegar benefícios
para si e para alguns; não é a política do bem comum, a política de transformar
a melhoria da qualidade da nossa população. É isso que se busca; fazer política
é trabalhar em prol da melhoria da população.
E nós temos visto
que, às vezes, essas questões estão sendo relegadas a um segundo plano.
E, como diz o meu amigo Haroldo, isso é profundamente
lamentável, não é Haroldo? Tu tens essa mania de dizer isso. Realmente, é
inadmissível!
E a cada dia surgem novas personagens. É
impressionante a força que tinha essa Rosemary! Ela nomeava pessoas, indicava
pessoas, fazia acertos, acertava com empresas privadas e públicas, e tudo com
uma naturalidade incrível!
Então, senhoras e senhores, prezados Vereadores,
temos que, cada vez mais, discutir este assunto; não podemos colocá-lo embaixo
do tapete, temos que discuti-lo, ir atrás da verdade. E volto a dizer que
lastimamos isso tudo! Mas vamos ficar discutindo este tema, porque o Supremo
ainda tem algumas questões, estão falando em redução das penas, estão falando
em avaliação dos gastos, que, talvez, tenham que diminuir os valores, mas, na
realidade, o que nós temos constatado é que novos nomes estão surgindo, novas
situações emergindo.
E que se busca, na realidade, nada mais é do que a
transparência e a clareza com a população de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Antes de encerrarmos a presente Sessão, convocamos
os Srs. Vereadores e Assessores para a Sessão Extraordinária, na segunda-feira,
às 9h30min.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h5min.)
* * * * *